segunda-feira, 21 de agosto de 2023

MALViNA



O romance "Malvina", da Editora Libélula, 
foi selecionado no Projeto Pró-cultura 
do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Traz prefácio de Telma Scherer
capa e ilustrações de Martina Schreiner.


O jornalista Flavio Tavares, neto da minha personagem, escreve a orelha do livro:

"Este é um livro de ficção em torno do dia-a- dia de um personagem real e concreto: Júlia

Malvina Hailliot Tavares, católica e anarquista, num tempo em que as lutas sociais recém

emergiam no Brasil e as mulheres eram relegadas a plano secundário. 

Professora, desafiou a “pedagogia” da época, baseada no castigo corporal aos alunos, abolindo em sua

escola a palmatória e demais torturas físicas.

Ao final do livro, uma extensa “linha do tempo” define a presença e iniciativa feminina

ao longo dos anos. Antes, a obra em si apresenta o estilo de vida daqueles tempos do

início do Século XX e até os meios usuais de transporte anteriores à era do automóvel,

através de personagens de um pequeno povoado do Rio Grande do Sul. Aparece a

“aranha”, veículo de tração animal, usual no transporte urbano ou entre cidades próximas.

E o vapor que, em viagens de intermináveis horas pelos rios, comunicava a região com

Porto Alegre.

Filha de nobres franceses, refugiados no Brasil após as matanças da revolução que instituiu a

República na França, Malvina foi uma libertária, denominação dos anarquistas que

propugnavam por uma sociedade mais justa e menos desigual, em que o trabalho não fosse

visto apenas como forma de “matar a fome”, mas também como entendimento e

compreensão entre as pessoas.

Numa vista d´olhos, o livro reconstitui brevemente o período de Júlio de Castilhos

como presidente da província do Rio Grande do Sul. Mesmo sendo uma ficção, os

personagens são citados com seus nomes reais, numa exaustiva reconstituição histórica

do modo de vida daqueles tempos.

Nessa reconstituição, além de jornais da época, Laura Peixoto se nutriu também do

“Diário” manuscrito de minha avó Malvina.

 Extraio dele uma das frases lá contidas: “Falar bem alto e sozinho surte o efeito de falar com o

Deus que cada um tem dentro de si”.

A ficção repara aqui o que a História não fez e confere a Malvina a dimensão real de seu

pioneirismo."

 


Malvina pode ser adquirida com Meire Brod, da Editora Libélula:  51 98421 7704.

Em Lajeado, nas livrarias Cometa, Brincasa e Vitrola.

Em Porto Alegre, na Livraria Paralelo 30.

Em Encantado, na Amores Livraria & Cafeteria

Em Estrela, na Livraria Paladino.



Malvina já se encontra na Biblioteca Pública do Estado, em Porto Alegre.

SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA TRABALHAR “MALVINA” COM OS ALUNOS:

 

Questões a serem exploradas: 

- Explanação sucinta sobre narrativas ficcionais de cunho histórico: diálogo entre Literatura e História.

- Quem foi Malvina?

- A estrutura do romance Malvina e suas epígrafes. Texto histórico-ficcional;

- A revisitação crítica ao passado e à história. Pano de fundo: 1899 a 1917;

- A importância da micro-história no silenciamento de Malvina na comunidade;

- Explanação ficcional sobre Malvina. Por que não uma biografia?

- Interpretação histórica do narrador onisciente e da personagem;

- Escrever e publicar: há leitores?

 




Opções interpretativas para  Malvina em sala de aula:

- Influências políticas no RS: quem foi Júlio de Castilho? João Abott? Pinheiro Machado? Borges de Medeiros? Júlio May? – nomes de ruas em quase todas cidades gaúchas;

- Princípios republicanos. Revolução Federalista. Revolução Francesa;

 - O anarquismo no RS. A greve dos Braços Cruzados;

- Influências filosóficas: Proteu, O mito da caverna,  Darwin, religião...

- A importância das imigrações na formação do povo gaúcho: negros, alemães, italianos, libaneses, franceses...

- A revolta dos muckers;

- Incentivo à criação de lendas fantásticas;

- A importância dos diários em tempos de internet, das fotografias impressas, dos álbuns de família, as “lendas” familiares;

- Árvore genealógica;

- Discriminações, machismo x feminismo; Linha do Tempo Feminina;

- Ditados; interpretação de expressões: “contradições geram antipatias.”  “Bombordo a  boreste”;  “Deus sempre dá um jeito de se apresentar”. “se matarmos a lagarta, também  matamos a borboleta”, “gastar a língua”...


Palavras desconhecidas:

Acólito, convescote, escanzelado, carantonha, riscadilho, borzeguins, maxambombas, timoneiro, churungo, cofiar,  palmatória,  despautério, tílburis,  preceptor, cabresto, missiva, pelerine, botica, calafate, picumã, umbral, sotaina, caraminholas, bruzudangas, obséquio, esconjuro, fumeiro, frivolité, cambona, alpendre, fogolar ou trempe, lousa, sanga, garrucha, cancela,  mourão do socozinho, piroga, arapuca...



Pesquisas:

 - Cidades citadas: Cruzeiro do Sul, Lajeado, Estrela, Encruzilhada, Rio Pardo, Taquari, Santo Amaro, Triunfo, Porto Alegre, Montenegro, Roca Sales, Encantado...

- Rios: Jacuí, Carrero, Tainhas, Antas, Taquari...